MÚSICA: As vitrolas da Crosley e Raveo são tão ruim assim?

Saudações, seres musicais de todo planeta!

É provavelmente a frase mais repetida entre os colecionadores de vinil "afaste-se da Crosley ou da Raveo" para as pessoas que estão descobrindo o quão maravilhoso é este jeito de curtir música. Na posição de uma destas pessoas, eu mesmo ouvi tal frase repetidas vezes, ao ponto de questionar se minha mente foi lavada. Anyways, hoje eu vos trago minha opinião no assunto. Será que os modelos em maletinha da Crosley e da Raveo são tão ruim quanto algumas pessoas querem fazer parecer?

Antes de tudo, eu quero dizer que tudo o que eu estou expressando nos próximos parágrafos reflete a conclusão que eu cheguei após muito assistir sobre o assunto com pessoas com mais experiência na coleção de vinil.

Por influência da minha mãe, eu sou muito familiarizado com os discos de vinil desde que eu era criança. Ela mesmo colecionou alguns ótimos álbuns durante os anos 80/90 e acabou me dando esta herança musical, mas por um tempo, eles ficaram um pouco esquecidos aqui em casa, até que ano passado eu decidi que eu queria voltar a apreciá-los. Foi quando eu me re-introduzi neste mundo e dei o passo para uma coleção que fosse necessariamente minha.

Acontece que ter os discos de vinil sem ter o toca-discos é como ter uma sela sem ter o cavalo, então eu descobri as vitrolas em forma de maletinha das marcas Crosley e Raveo. Elas configuram a principal porta de entrada para os jovens que estão descobrindo os discos de vinil pela primeira vez. Se você for no YouTube agora mesmo, você encontrará uma porção de reviews nos modelos.

Eu mesmo cogitei comprar uma delas. Não apenas elas são vendidas a um preço muito bom, mas elas são perfeitas para tocar os discos, ou será que são? Era o que eu pensava até descobrir os colecionadores mais velhos que levam as coisas bem a sério. Os principais argumentos que eles dão para convencer os novos colecionadores a não comprar tais modelos são que eles têm zero qualidade tanto de som, quando de material. Mas definitivamente a acusação mais grave é que estes aparelhos destruirão seus discos.

Que as maletas não têm qualidade de som, é indiscutível. Ela pode entregar um som alto o suficiente para uso doméstico, mas de fato não é a melhor coisa para conseguir um super som. Nada que não seja resolvido ao conectá-la a um aparelho de som ou caixas de som maiores. Também não há discussão sobre o material. É todo de plástico justamente porque é para ser acessível, barato.

Mas e quanto a ser vinyl killer, será que isto procede? Esta foi a pergunta que me fez escrever o presente artigo. Eu não acho que as vitrolas da Crosley e Raveo vão destruir seu disco e cá vão as razões pelas quais eu não concordo com isto: Ela é feita justamente para reproduzir discos de vinil, então porque elas iriam destruí-los?

Entre os anos 70 e 90 eram produzidos aqueles modelos 3 em 1, com vinil, cassette e rádio - e mais tarde CD. Aqui em casa nós usávamos um aparelho deste tipo da Philips e não há sombra de dúvidas que estes toca discos são praticamente os mesmos. Não há ajuste de peso, ao invés, estes fatores técnicos vêm determinados de fábrica de acordo com os padrões.

Outro motivo que usam ao dizer que a Crosley é assassina de vinil é porque aplica peso de mais sobre os. Muita gente insiste em dizer que a pressão não deve passar de 3,5. Entretanto, a agulha deve aplicar entre 3 e 7 gramas no disco, como inclusive foi especificado por algumas gravadoras e fabricantes. Estes novos aparelhos costumam aplicar 5 gramas de peso, não sendo nada alarmante. Recomendo que vocês assistam a um vídeo do VWestlife no assunto, pois ele faz todos os testes e fornece essas especificidades citadas anteriormente.

Eu não sei porque do ódio gratuito contra estes modelos de vitrola produzidos por estas marcas, mas eu sei que ele é injusto e infundado. O fato é que os jovens que redescobriram a música por meio do vinil, começam com equipamentos como estes. Além disto, nem todos têm o espaço (ou o dinheiro) necessário para ter setups grandes. Portanto, a Crosley desempenha um papel fundamental e importante na volta do vinil.