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O ANO NA CULTURA POP: Meus favoritos em 2024

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Como medimos um ano? 365 dias, 12 meses ou até 8766 horas? Pode ser, mas, são formas muito convencionais. É muito mais interessante relembrar esse último ciclo através daquilo que ouvimos, assistimos e de tudo o que nos influenciou. 2024 foi o ano em que o cinema brasileiro brilhou mais forte que nunca, a música nos trouxe surpresas e o universo pop continuou a nos surpreender, se inteligando até mesmo à política. Para celebrar o fim deste ciclo, preparei minha retrospectiva com tudo que, na minha opinião, ajudou a moldar as histórias que vamos lembrar quando pensarmos em 2024.



Cinema brasileiro em destaque

O Brasil roubou a cena em 2024, ofuscando até mesmo as produções hollywoodianas. Se eu tivesse que escolher meu top 3 de filmes favoritos deste ano, dois seriam nacionais.

Motel Destino, dirigido por Karim Aïnouz, merece todos os prêmios possíveis por fotografia e design de produção. Gravado em 16mm, o filme é um espetáculo visual que deveria servir de inspiração para Hollywood. Ambientado no Ceará, é um drama cheio do tesão, ritmo e da beleza brasileira. Você pode conferir minha crítica completa no Letterboxd: [www].



Mas nenhum filme este ano (ou em muitos anos) uniu o país como Ainda Estou Aqui. A adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, dirigida por Walter Salles, é uma história surpreendentemente leve sobre uma família impactada pela Ditadura Militar. Com atuações impecáveis e uma narrativa que equilibra tensão e leveza, é impossível não ser fisgado pelo longa. Minha crítica completa também está no Letterboxd: [www].

Se depender das expectativas dos brasileiros, o Oscar de 2025 pode finalmente premiar uma atriz brasileira — e Fernanda Torres tem tudo para ser esse nome.



Batidão Tropical Vol. 2 e a música brasileira


Na música, ninguém causou tanto impacto quanto Pabllo Vittar com Batidão Tropical Vol. 2. Enquanto parte da indústria tenta fórmulas mirabolantes para produzir hits, Pabllo brilhou de forma natural e orgânica — mesmo que a equipe dela não seja a melhor em calcular o timing dos lançamentos das faixas. Hits como "Mega Príncipe" e "São Amores" viralizaram no TikTok e levaram clássicos musicais das periferias do Norte e Nordeste a um novo patamar de reconhecimento nacial.

Já minha escolha para música brasileira do ano é "Veludo Marrom", da Liniker, parte do álbum Caju — que sequer virou single. A faixa é uma balada muito bonita, e o álbum como um todo evoca a sofisticação que a Philips teria com qualquer artista do mais alto escalão do seu cast no auge dos anos 70. Liniker entregou um trabalho primoroso, moderno e ao mesmo tempo clássico que dialoga com a música brasileira em sua forma mais atemporal.


Os altos e baixos de Lady Gaga:

2024 foi um ano interessante para Lady Gaga. Joker 2: Folie À Deux decepcionou e não conseguiu o sucesso nas bilheterias e críticas, ainda que a atuação de Gaga tenha sido amplamente elogiada, assim como a trilha sonora do filme. Um side project doi lançado na discografia da cantora para acompanhar o filme. Harley Quinn mistura standarts do jazz e músicas compostas especialmente para o musical dirigido por Todd Philips. Happy Mistake, por exemplo, foi uma das baladas mais lindas lançadas esse ano.


Mas o grande momento de Gaga veio com o dueto com Bruno Mars em "Die With a Smile", que se tornou a música a alcançar 1 bilhão de streams mais rapidamente no Spotify. Essa parceria épica solidificou sua posição no topo das paradas em 2024 e o lugar dos dois artistas na vaga de melhor parceria de 2024

Não acredito que Gaga (ou a produção de Joker 2) receba qualquer indicação ao Oscar, mesmo porque o único aspecto desse longa que mereceria algum prêmio seria a trilha sonora. Mesmo assim, a aposta para o Grammy, pelo menos pelo dueto, é altíssima.



Agora é esperar pela mamãe nas areias de Copacabana em 2025.


2024 foi BRAT!

 

É curioso pensar que esse ano foi marcado pelo fato que um mulher esteve a um passo de se tornar a primeira presidente mulher da história dos Estados Unidos. Já sabemos que o resultado não saiu favorável à Kamala Harris (infelizmente), mas não resta dúvida que ela deixou um impacto relevante na política ao aproximá-la da cultura pop de uma maneira que já não se via desde os anos de Barack Obama.

A conta no TikTok da campanha de Harris — @kamalahq — administrada por uma equipe de gen-z, foi certamente um catalizador para fazer com que Charli XCX estourasse a bolha e tivesse seu trabalho comentado inclusive nos noticiários ao redor do mundo todo. Com direito a um tweet "Kamala is BRAT" e remixes de "360" com a risada da candidata, vivemos, neste ano, algo um tanto raro: a fusão de política e cultura pop.

Eu mesmo preciso confessar que a Charli não é exatamente a minha artista favorita. Na verdade, todos os trabalhos anteriores não chamaram a minha atenção suficientemente para sequer ouví-los. Mas o impacto na cultura pop consiste em fazer com que sua obra chegue a pessoas que não fazem parte do seu público e tornar sua música relevante a essas pessoas. Então seja por BRAT ter sido eleita a palavra do ano pelo Collins Dictionary, ou por ter conquistado a façanha de ser comentado na CNN num contexto político, 2024 foi sem dúvidas o álbum do ano!



2024 também foi POPULAR!

Se eu pudesse escolher meu filme favorito de 2024, seria Wicked. Como fã de musicais, esperei anos por essa adaptação, e ela finalmente chegou estrelada por Ariana Grande e Cynthia Erivo. Com uma trilha sonora revisitada por Stephen Schwartz, o filme trouxe emoção e uma grandiosidade à altura do palco da Broadway.

Além disso, Ariana Grande brilhou em sua carreira solo com "Eternal Sunshine", provando sua versatilidade e garantindo seu lugar como um dos grandes nomes do ano.

Wicked também ganhou uma resenha minha no Letterboxd que você confere no link: [www]


Os 'namoradinhos' de Hollywood:


Talvez você esteja se perguntando sobre a ausência de "A Substância" da minha lista. Confesso que, ainda que tenha gostado muito do filme, eu listaria talvez em posição #5 entre meus favoritos. Mas a Demi Moore definitivamente merece um lugar cativo nessa lista como a atriz de maior destaque em 2024. O comeback de Moore representa uma das maiores voltas por cima que Hollywood já testemunhou em anos! E cada elogio direcionado a ela é nada menos que merecido.


Já entre os galãs. Glen Powell é outro caso de alguém com anos de carreira, mas que demorou a atingir o auge do estrelato. Eu o conheci em 2015, através da primeira temporada de "Scream Queens". Desde então, ele parece ter progressivamente ter ganho mais espaço em Hollywood, mas 2024 foi certamente um ano em que ele brilhou bastante. "Anyone But You". "Hit Man" e "Twisters" foram os filmes com os quais ele entrou em cartaz só esse ano. O que esses três Blockbusters têm em comum? O incrível carisma de Powell!


Os destaques internacionais de 2024 na música

 

No campo das revelações, Chappell Roan foi um nome que se destacou com "The Rise and Fall of a Midwest Princess" — debut da cantora que, apesar de lançado em setembro de 2023, causou um verdadeiro estrondo em 2024. Músicas como "Hot To Go" e "Pink Poney Club" dominaram o verão americano e Roan, também, usou de sua influência em apoio à Kamala Harris.

Mas sem dúvidas, a melhor canção entre estes primeiros trabalhos é Good Luck, Babe! — que também marcou espaço nas rádios, nas paradas da Billboard e do Spotify. Fiquemos de olho para ver o que Chappell reserva para 2025.

Entre os artistas masculinos, Teddy Swims, tem uma voz única que brilhou com o hit "Loose Control". Swims não é novato. Na verdade, os primeiros lançamentos do cantor datam de 2021, mas foi em 2024 que Teddy ganhou maior destaque no cenário internacional.


Quem também não é mais novato, mas que finalmente conseguiu outro hit importante desde "Take Me To Church", foi Hozier. O single "Two Sweet" é uma faixa de rock-alternativo que também foi muito executado nas FMs ao longo do último ano.

Uma terceira voz masculina brilhante que teve seu espaço na música em 2024 foi Benson Boone — a quem conheci através do VMA este ano. O rapaz fez bastante sucesso com "Beautiful Things". Confesso que minha aposta para ele não vai além de one hit wonder. Independente, a sonoridade de Boone foi extremamente interessante.


2024 termina com o gostinho do meme "ai, Gabi, só sabe quem viveu." Mesmo com o aumento da estética clean, esse ano foi definitivamente um tempo para aceitar todo caos que uma pessoa pode ter dentro de si, afinal, ser BRAT, em essencia, é exatamente isso. Além do mais, foi muito bom ver o Brasil tão bem representado e respeitado no cenário do cinema internacional. Neste sentido, esperamos que 2024 tenha aberto caminho para o protagonismo definitivo do Brasil no próximo ano.

Entre bruxas, substâncias e comebacks icônicos, 2024 entrou para a história como um tempo único para se viver. Mas agora eu adoraria saber sobre você — quais foram suas coisas favoritas em 2024? Quais dela temos em comum? Deixe nos comentários!

Feliz ano novo a todos. Faço votos que daqui a 365 dias, a lista dos favoritos de 2025 seja tão icônica quanto esta.

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