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LET'S TALK VINTAGE/MÚSICA: A artista mais vendida dos anos 80, no Brasil

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Saudações, baixinhos e altinhos!

No ano em que o álbum "4º Xou da Xuxa" (1989) completa 30 anos, o programa Xou da Xuxa completa 33 e o projeto "Xuxa Só Para Baixinhos" completa 19 anos, a conversa vintage de hoje é algo que afeta diretamente a nostalgia de praticamente todos os baixinhos brasileiros que cresceram entre os anos oitenta e dois mil. Xuxa, imortalizada como a rainha dos baixinhos, também entra para a história como a artista feminina que mais vendeu no Brasil com um impressionante número de 150 milhões de cópias, perdendo apenas para Rita Lee, que vendeu 5 milhões a mais.


Xuxa nasceu em 27 de março de 1963 em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. Seu verdadeiro nome é Maria das Graças Meneghel em homenagem à Nossa Senhora das Graças por uma promessa feita por seu pai à santa. Em 1988, o apelido dado pelo irmão foi incorporado legalmente a seu nome.

A carreira de Xuxa começou aos dezesseis anos, quando ela posou para a revista Carinho. Desde então, foi uma capa atrás da outra, tendo sido por volta de 80 só em 1980. No início da década, também foi namorada do Pelé, o que lhe deu ainda mais visibilidade nacional. Em 1983, contratada da Rede Manchete, passou a apresentar o Clubinho da Criança, programa do qual foi responsável por tornar Xuxa o meme de 2011 - a Xuxa Verde.

Em 30 de junho de 1986, nas manhãs Rede Globo, estreava o Xou da Xuxa, o programa de uma geração. Chegando em uma nave rosa ao som da música "Amiguinha Xuxa", o Xou foi icônico, marcante e único. Xuxa foi um sucesso instantâneo na Globo por seu jeito espontâneo e tinha desenhos, brincadeiras, músicas e sorteios como atrações.
O álbum "Xou da Xuxa", daquele mesmo ano, teve uma história muito interessante. O Grupo Globo - Som Livre inclusive - acreditava que era o melhor para Xuxa que ela lançasse um disco do qual ela cantasse ao seu público. Contrariada pois não é cantora e de certa forma intimidada pelo fato que muitos compositores recusaram-se fazer músicas, muitos diziam-na que ela não duraria muito tempo, o LP foi lançado mesmo assim. Com vendas que superavam os 100 mil só na primeira semana. O Xou da Xuxa vendeu um total de 2,6 milhões de cópias, sendo pelo menos 2 milhões até o natal de 1986. O disco lançou a apresentadora no mercado fonográfico brasileiro, quebrou recordes a nível America Latina, é certificado com Disco de Diamante, além de ser simplesmente icônico - da capa às músicas, que continuam sendo tocadas até hoje.

Detalhe: Apesar de muitos considerarem este como o primeiro álbum da Xuxa, na verdade ele é o segundo. O primeiro LP da Xuxa foi lançado em 1985, o nome era "Xuxa e Seus Amigos".
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Xegundo Xou da Xuxa saiu um ano após o primeiro. O conceito é o mesmo, fazer a trilha sonora do Xou, mas agora de forma bem mais concreta e confiante que antes. Surpreendidos pelo número raro de vendagens do álbum anterior, a Som Livre não quis esperar muito para lançar outro e esperançosamente superar o recorde. Um investimento de Cz$3,5 milhões (R$1,5 milhão) foi feito e o retorno foi satisfatório, pois o Xegundo Xou vendeu 1 milhão de cópias antecipadamente.
Se no primeiro nenhum compositor queria dar suas músicas, no Xegundo este não foi um problema. Todos os compositores queriam ter suas músicas gravadas pela Xuxa, afinal, quem não vai querer ter suas músicas gravadas pela artista que desbancou os grandes nomes da música brasileira? Além disto, se sua música fosse escolhida, você receberia Cz$800 mil (R$200 mil) adiantados pelos direitos autoriais.
A produção do disco ficou a cargo de Michael Sullivan e Paulo Massadas, que já tinham trabalhado com a Xuxa anteriormente, na RCA, em 1984, além de já terem produzido grandes nomes da música brasileira como Tim Maia. A dupla provaria dar mais que certo junto à Xuxa, afinal, eles produziram todos os discos do Xou a partir deste.
O critério de escolha das músicas foi simples e eficaz: A base instrumental delas tocavam nos intervalos do programa e então Xuxa ficava atenta à reação das crianças. Se elas ficassem indiferentes, então a música era reprovada. Nenhum dos compositores do primeiro disco se repetem neste, a não ser Reinaldo Waisman e Robson Stipancovich (Turma da Xuxa (86), Banda da Xuxa (87)), os arranjos foram feitos pelo Roupa Nova e as Paquitas aparecem pela primeira vez no coro das músicas.
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Oitenta e oito foi o ano X, o pico máximo da carreira da Xuxa. Naquele ano, o programa completou dois anos no ar com um programa especial cheio de homenagens, convidados especiais e uma performance especial de Ilariê em sua versão demo. Em junho daquele ano, uma estréia dupla: o filme Super Xuxa Contra o Baixo Astral e o álbum Xou da Xuxa 3, que pessoalmente são os meus projetos favoritos.
Com um milhão de cópias previamente vendidas, o Xou da Xuxa 3 se consolidou como o álbum mais vendido dos anos oitenta e até hoje em dia ninguém conseguiu bater o recorde entre o gênero infantil. Mas em 1997, o Padre Marcelo Rossi desbancou a Xuxa com seu álbum de estreia. Contudo, vale lembrar que a contabilização oficial ocorreu do XX3 pela última vez em 1992 e desde então o álbum foi relançado algumas vezes, assim que este pode sim ser o álbum mais vendido do Brasil com uma marca de 4 milhões.

Apesar de ser o álbum mais infantil de toda era, o Xou da Xuxa 3 é o mais perfeito em todos os sentidos. Claro que esta é a minha opinião como fã, mas a capa, a arte, o photoshoot, as músicas, enfim. É impossível não amar este lançamento.
Sendo os projetos de 1988 os mais bem sucedidos da carreira da apresentadora até então, o 4° Xou da Xuxa, de 1989, tinha a importante tarefa de igualar ou superar os feitos de seu anterior. Na televisão, o programa era sucesso absoluto e aos domingos, Xuxa passou a apresentar o Bobeou Dançou, onde os alunos de escolas competiam em gincanas e ganhavam prêmios. O programa ficou no ar somente àquele ano, apesar de ter dado boa audiência.
Exatamente um ano após do lançamento do volume 3, 4º Xou teve um lançamento para ficar na história. Além do programa especial, onde ela vestiu a mesma roupa que usava na contracapa do disco, ela também estreou o disco no Programa da Hebe, no SBT, promovendo o encontro das maiores apresentadoras da televisão brasileira pela primeira vez.
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As polêmicas acompanharam o álbum, a começar pela capa. A Xuxa estar aparentemente nua foi um prato cheio para as críticas, mas também o figurino usado no photoshoot do álbum rendeu comparações às roupas usadas por Madonna no seu álbum de 1987.
O 4ºXX ganhou duas edições. As primeiras tiragens tinham as letras da capa metálicas e o fundo da contracapa também era brilhoso. Então a versão que nós conhecemos hoje, com letras e fundo fosco foram lançadas depois disto. Isto gerou uma teoria da conspiração de que os discos "metálicos" teriam mensagens subliminares, por isso, Marlene Mattos (a diretora da Xuxa) mandou que os discos fossem retirados das lojas, queimados, consertados e relançados. Contudo, o tempo seria curto de mais para relançá-lo da mesma forma, por isso o relançamento foi com material mais barato.
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A nova década chegou e os anos noventa começaram a todo vapor. Xuxa investia em sua carreira internacional e a esta altura já era uma artista de primeira linha no Brasil, já estabelecida como a Rainha dos Baixinhos. O álbum Xuxa 5 quebrou a sequência Xou da Xuxa por vários motivos: Primeiro que obviamente ele é o único a não levar o nome do programa, especialmente porque ele foi lançado simultaneamente em dez países. Segundo, porque ele perde a característica de ser uma soundtrack do programa. Terceiro: o lançamento foi feito bem mais tarde em relação aos anteriores, que eram lançados entre junho e julho. Este foi em agosto.
A época era crítica. O governo Collor havia confiscado as cadernetas de poupança da população e os brasileiros viviam uma crise sem precedentes. Mesmo assim, o álbum vendeu 1 milhão só na pré-venda, um marco realmente admirável para o contexto da época, mas a vendagem total não é muito maior que isto.
Naquele ano, Xuxa estava de volta às telas do cinema com o filme "Lua de Cristal", que também é uma faixa do álbum e uma de sua músicas mais icônicas. No longa, ela contracenava com Sergio Mallandro e o marketing promovia os xuxessos Xuxa 5 em vinil, cassete e CD e o VHS "Lua de Cristal" com qualidade Globo Vídeo.
A carreira da Xuxa só crescia ano após ano. Em 90, o Show de Xuxa estreou na Argentina antecedido pelo álbum Xuxa En Español, de 89. Naquele ano, ela também passou a ser a primeira brasileira a participar da lista de artistas mais ricos da Forbes. No Chile, entretanto, uma tentativa de sequestro e acusações de mensagens subliminares nas músicas - que inclusive é neste momento que essas teorias começam - abalaram sua vida pessoal. No Brasil, a repercussão de uma vida pessoal turbulenta foi o suficiente para especular o fim do Xou da Xuxa.
Em setembro 1991, o que era esperado como o último álbum da Xuxa foi lançado. O Xou da Xuxa Seis não apenas tem uma das capas mais bonitas, mas como também é um dos mais emblemáticos. Noventa e um também foi o ano do lançamento do self-titled Xuxa, o segundo álbum em espanhol, que teve a mesma capa do álbum brasileiro. Para diferenciá-los, o XX6 teve uma bandeirinha brasileira.
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Os boatos do fim do Xou foram fortes o suficiente para atrelá-lo ao disco de maneira categórica. Todas as resenhas e reportagens de jornais e revistas que falavam do lançamento, não podiam deixar de mencionar aquela possibilidade.
Sendo este o álbum mais sério, as mensagens passadas no disco são explicitas e permeiam este trabalho. Desde críticas sociais à mensagens de preservação do meio ambiente e paz entre as pessoas, o Seis foi ainda o primeiro a ter uma música exclusiva para o CD, que naquela época tinha vendas tímidas. A faixa "Xuxa Café" só está presente no compact.
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Com o fim oficial do programa em 31 de dezembro de 1992, o sétimo último álbum da era Xou da Xuxa foi lançado apenas dois meses antes. Com menor expressividade de vendas - apenas 640 mil - ficou muito atrás da média de 1 milhão dos seus antecessores. Foi lançado em CD, vinil e cassete, sendo o primeiro formato a trazer uma exclusividade, uma luva, ou seja, aquela capa de papelão que envolve a caixinha de acrílico, que é bem comum hoje em dia.

Mesmo não sendo um arraso de vendas, o Xou da Xuxa 7 traz consigo alguns hits, como Marquei um X e Nosso Canto de Paz, que foram as principais músicas do álbum e também as mais performadas externamente.


O encarte, entretanto, é um dos mais pessoaos de todos os sete álbuns. Ele é cheio de fotos pessoais da Xuxa antes da fama, além de ter as letras das músicas. Foi uma boa maneira de se despedir de uma era tão importante quanto o "Xou da Xuxa". Desde então, todos os álbuns foram relançados algumas vezes e em 2013, foram lançados num box.

Xuxa é definitivamente a artista das gerações. Muitas pessoas - inclusive eu - cresceram e aprenderam muito com seus trabalhos, seja o Clube da Criança, Xou da Xuxa, a década de 90 ou o Só Para Baixinhos. Seja em qual emissora for, não existe outra pessoa que possa revogar sua coroa de Rainha dos Baixinhos que hoje são Altinhos, mas continuam tendo o "Coração Criança".


Fonte da pesquisa e fotos: Xuper Blog.


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